O prefeito de São Bento, Jarques Lúcio (DEM), vai entregar ao Ministério Público Federal e à Controladoria Geral da União documentos que comprovariam saques e movimentações financeiras, supostamente irregulares, em uma das contas da prefeitura da cidade.
Lá foram depositados recursos para dar continuidade e concluir o Hospital Maternidade Maria Paulino Lúcio. De acordo com o prefeito, quando assumiu o governo, em janeiro, deveria ter nessa conta R$ 1,2 milhões, mas só foram encontrados R$ 200,00.
O recurso havia sido depositado pelo governo Federal, fundo a fundo, e só poderia ser aplicado na unidade hospitalar. A obra, que hoje serve de abrigo para animais, como cavalos, vacas e cachorros, começou em 2001.
O espaço foi pensado para substituir o hospital maternidade da cidade, que funciona em um prédio antigo no centro da cidade. Em outubro de 2002, a obra parou. Os equipamentos de segurança, as ferramentas e os materiais de construção ficaram abandonados no local.
Segundo a gestão anterior, a obra começou a ser feita pelo governo do Estado e depois foi entregue ao município, que na época não tinha recursos para concluir.
Em 2008, a prefeitura conseguiu um convênio de R$ 2,3 milhões com o Ministério da Saúde e a obra retomou em 2010, mas voltou a parar em 2012 porque, de acordo com a prefeitura de São Bento, foi necessário fazer uma adequação nas planilhas orçamentárias.
Desde então, ainda de acordo com a prefeitura, a análise da planilha não foi concluída pelo Ministério da Saúde, o que impossibilita o andamento. Apesar da obra ter começado há 14 anos, devido os adiamentos, o prazo de conclusão continua vigente, somente se encerrando em 2016.
De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2010 e 2015 não houve nenhuma solicitação, por parte da gestão passada, para investimento em obras no hospital.
Gestão anterior
O ex-prefeito de São Bento, Gemilton Souza (PSB), conversou conosco na manhã desta quarta-feira (25) sobre o caso. Segundo ele, o dinheiro foi retirado para pagar salários atrasados dos servidores e seria reposto com dinheiro da repatriação de recursos do exterior. A questão, de acordo com ele, é que o dinheiro foi bloqueado dia 30 de dezembro, assim caiu na conta da prefeitura e ele ficou impedido de repor.
O ex-prefeito nega apropriação de recurso e que vai provar na Justiça que não houve movimentação irregular do dinheiro.
(Foto: Reprodução/TV Cabo Branco) blogs.jornaldaparaiba